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domingo, 20 de dezembro de 2015

As crônicas de Nárnia ou o incrível caso de mais um filme que não honra o livro


Nárnia é um dos melhores livros infantis que existem. Singela opinião do autor desse texto. C.S Lewis conseguiu imprimir na imaginação de várias gerações de leitores. Comparações com Tolkien e O Senhor dos Anéis, mas não entrarei nessa polêmica de qual é o melhor e etc. Vamos simplesmente observar o fantástico e incrível mundo criado por Lewis.

Para quem não sabe, Lewis era cristão. "Mas isso importa?" perguntará o leitor do escritor que não acredita em divindades. No caso de Lewis (e especificamente no caso de As Crônicas de Nárnia) isso importa (e muito). A figura do leão Aslam, protagonista ou apenas citado nos livros, é nada mais nada menos que a representação que Lewis fez de Jesus Cristo na realidade fantástica que criou. Um dos trechos mais interessantes que comprovam isso é este:



- Por favor, Cordeiro - disse Lúcia -, é este o caminho para o país de Aslam?

- Para vocês, não - respondeu o Cordeiro - Para vocês, o caminho de Aslam está no seu próprio mundo.

- No nosso mundo também há uma entrada para o país de Aslam? - perguntou Edmundo.

- Em todos os mundos há um caminho para o meu país - falou o Cordeiro. E, enquanto ele falava, sua brancura de neve transformou-se em ouro quente, modificando-se também sua forma. E ali estava o próprio Aslam, erguendo-se acima deles e irradiando luz de sua juba.

- Aslam! - exclamou Lúcia. - Ensina para nós como poderemos entrar no seu país partindo do nosso mundo.

- Irei ensinando pouco a pouco. Não direi se é longe ou perto. Só direi que fica do lado de lá de um rio. Mas nada temam, pois sou eu o grande Construtor da Ponte. Venham. Vou abrir uma porta no céu para enviá-los ao mundo de vocês.

- Por favor, Aslam - disse Lúcia -, antes de partirmos, pode dizer-nos quando voltaremos a Nárnia? Por favor, gostaria que não demorasse...

- MInha querida - respondeu Aslam muito docemente, você e seu irmão não voltarão mais a Nárnia.

- Aslam! - exclamaram ambos, entristecidos.

- Já são muito crescidos. Têm de chegar mais perto do próprio mundo em que vivem.

- Nosso mundo é Nárnia - soluçou Lúcia. - Como poderemos viver sem vê-lo?

- Você há de encontrar-me, querida - disse Aslam.

- Está também em nosso mundo? - perguntou Edmundo.

- Estou. Mas tenho outro nome. Têm de aprender a conhecer-me por esse nome. Foi pro isso que os levei a Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor."

As Crônicas de Nárnia (A Viagem do Peregrino da Alvorada).



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