Nárnia é um dos melhores livros infantis que existem. Singela opinião do autor desse texto. C.S Lewis conseguiu imprimir na imaginação de várias gerações de leitores. Comparações com Tolkien e O Senhor dos Anéis, mas não entrarei nessa polêmica de qual é o melhor e etc. Vamos simplesmente observar o fantástico e incrível mundo criado por Lewis.
Para quem não sabe, Lewis era cristão. "Mas isso importa?" perguntará o leitor do escritor que não acredita em divindades. No caso de Lewis (e especificamente no caso de As Crônicas de Nárnia) isso importa (e muito). A figura do leão Aslam, protagonista ou apenas citado nos livros, é nada mais nada menos que a representação que Lewis fez de Jesus Cristo na realidade fantástica que criou. Um dos trechos mais interessantes que comprovam isso é este:
- Por favor, Cordeiro - disse Lúcia -, é este o caminho para o país de Aslam?- Para vocês, não - respondeu o Cordeiro - Para vocês, o caminho de Aslam está no seu próprio mundo.- No nosso mundo também há uma entrada para o país de Aslam? - perguntou Edmundo.- Em todos os mundos há um caminho para o meu país - falou o Cordeiro. E, enquanto ele falava, sua brancura de neve transformou-se em ouro quente, modificando-se também sua forma. E ali estava o próprio Aslam, erguendo-se acima deles e irradiando luz de sua juba.- Aslam! - exclamou Lúcia. - Ensina para nós como poderemos entrar no seu país partindo do nosso mundo.- Irei ensinando pouco a pouco. Não direi se é longe ou perto. Só direi que fica do lado de lá de um rio. Mas nada temam, pois sou eu o grande Construtor da Ponte. Venham. Vou abrir uma porta no céu para enviá-los ao mundo de vocês.- Por favor, Aslam - disse Lúcia -, antes de partirmos, pode dizer-nos quando voltaremos a Nárnia? Por favor, gostaria que não demorasse...- MInha querida - respondeu Aslam muito docemente, você e seu irmão não voltarão mais a Nárnia.- Aslam! - exclamaram ambos, entristecidos.- Já são muito crescidos. Têm de chegar mais perto do próprio mundo em que vivem.- Nosso mundo é Nárnia - soluçou Lúcia. - Como poderemos viver sem vê-lo?- Você há de encontrar-me, querida - disse Aslam.- Está também em nosso mundo? - perguntou Edmundo.- Estou. Mas tenho outro nome. Têm de aprender a conhecer-me por esse nome. Foi pro isso que os levei a Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor."As Crônicas de Nárnia (A Viagem do Peregrino da Alvorada).